quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Crônica de um Pai

Modestamente entrou na sala e logo se apresentou. Engraçado, como simplesmente passamos a olhar as pessoas e pouco nos interessa o que acontece com elas. Uma boa dose de simpatia tanto destinada de sua parte quanto da minha resolveu permanecer e “bater” um papo mais aprofundado. Radinho era o seu nome. Logo vi que se tratava de uma pessoa totalmente empática e algo o agonizava, estava escrito em seus olhos.
Sua dor era de um pai aflito que se decepcionara com uma das pessoas que mais ama: seu filho. É, filho muda, voa, viaja, mas jamais deixa de habitar o coração de um pai.
Seria muito bom se houvesse reciprocidade. Acho que realmente, Radinho não queria perceber que seu filho se transformara. Mas não era nessa transformação que Radinho sonhava em ver.
“Um pedacinho de mim é este palco”. Era isso que ele gostaria de dizer a seu filho em um dos dias mais importante de sua vida, na entrega do diploma em sua formatura. Disse com tanta convicção que chega a pensar se realmente essa é a forma mais correta de o fazê-lo sentir sua falta, ou melhor, em mostrar que realmente faz falta! Mas não há duvidas nesse mundo e quero amenizar essa angustia de que um pai faz muita falta!

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